26º Congresso Brasileiro de Microbiologia - 2011
Resumo:911-1


Poster (Painel)
911-1CARACTERIZAÇÃO GENÉTICA DE ENTEROCOCOS RESISTENTES À VANCOMICINA ISOLADOS DE 2 HOSPITAIS DE RIBEIRÃO PRETO E DETERMINAÇÃO DA SENSIBILIDADE À DAPTOMICINA
Autores:Leila Priscilla Pinheiro da Silva (FCFRP-USP - FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE RIBEIRÃO PRETO DA USP) ; Ilana Lopes Baratella da Cunha Camargo (IFSC - INSTITUTO DE FÍSICA DE SÃO CARLOS) ; Roberto Martinez (HCFMRP-USP - HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FAC. DE MED. DE R. P. DA USP) ; Ana Lúcia da Costa Darini (FCFRP-USP - FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE RIBEIRÃO PRETO DA USP)

Resumo

Introdução: Enterococos resistentes à vancomicina – VRE são grande desafio para prática clínica. Eletroforese em campo pulsado (PFGE) tem sido utilizada para estudar epidemiologia de VRE. O objetivo foi caracterizar genética e epidemiologicamente VRE isolados de pacientes de 2 hospitais de Ribeirão Preto: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (HCFMRP-USP) e Santa Casa de Misericórdia (SCMRP). Materiais e Métodos: Foram estudados 61 VRE: 48 isolados de pacientes do HCFMRP-USP (set/2008 a set/2010), 7 da SCMRP (jul/2009 a meados de 2010). Foram incluídos os primeiros VRE isolados no HCFMRP-USP, em meados de 2005/2006. As concentrações inibitórias mínimas (CIM) de vancomicina e daptomicina foram determinadas por Etest®. Por PCR foram identificadas as espécies de enterococos, genes vanA, vanB e vanC e genes de virulência: agg, gel, acm e esp. Foram realizadas Long-PCR 1 e Long-PCR 2/3 para estudo do elemento vanA. Os isolados bacterianos foram submetidos à PFGE e a análise foi realizada segundo Tenover (1995) e pelo Bionumerics. Resultados e Discussão: Destes 61 VRE analisados, 57 eram E. faecium e 4 E. faecalis. Todos E. faecium e E. faecalis apresentaram CIM de vancomicina >256µg/mL e gene vanA; daptomicina mostrou CIM dentro do limite de sensibilidade. Foi evidente a predominância dos genes acm e esp em E. faecium, e dos genes agg e gel em E. faecalis. Os primeiros VREs isolados de pacientes do HCFMRP-USP apresentaram o grupamento gênico RSHAX intacto e perfil de PFGE diferente dos VRE de anos posteriores, já outros E. faecium isolados do HCFMRP-USP e da SCMRP apresentaram produto de amplificação >4,4kb esperados. Pela PFGE os isolados do HCFMRP-USP e da SCMRP apresentaram 4 perfis clonais predominantes com similaridade genética entre isolados de ambas as instituições. Conclusão: VRE apresentaram gene vanA e CIM de daptomicina dentro do limite de sensibilidade. A presença dos fatores de virulência e alteração no Tn1546 permitiu inferir que VRE foram adquirindo genes de resistência e sequências de inserções com decorrer do tempo e se adaptaram ao ambiente hospitalar. PFGE mostrou que ocorreram disseminações clonais com determinados perfis de PFGE em períodos específicos, não permitindo que se determinasse ancestral comum. Existência de similaridade genética entre isolados do HCFMRP-USP e SCMRP mostrou evidências de transmissão horizontal.