26º Congresso Brasileiro de Microbiologia - 2011
Resumo:1468-1


Poster (Painel)
1468-1PERFIL DA COMUNIDADE BACTERIANA CULTIVADA E NÃO CULTIVADA ASSOCIADA À RESERVATÓRIO DE PETRÓLEO POR MEIO DA TÉCNICA DE DGGE.
Autores:Nelma Regina Segnini Bossolan (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos/Universidade de São Paulo) ; Julia Mara Martins (IFSC/USP - Instituto de Física de São Carlos/Universidade de São Paulo) ; Antonia Garcia Torres Volpon (CENPES-PETROBRAS - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo A. M. de Mello) ; Rodolfo Dino (CENPES-PETROBRAS - Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo A. M. de Mello)

Resumo

A injeção de gás carbônico (CO2) em reservatórios subterrâneos tem sido utilizada nas atividades de recuperação de petróleo, com o objetivo de aumentar o fator de recuperação do mesmo. Na área ambiental, o sequestro de CO2 em reservatórios está condicionado às licenças ambientais para operação de atividades petrolíferas e ao desenvolvimento sustentável. Dentre os impactos que devem ser considerados no armazenamento geológico de CO2 incluem-se aqueles sobre a comunidade microbiana ali existente. Nesse contexto, desenvolveu-se um projeto (PETROBRAS-USP) que teve como objetivo a caracterização da comunidade microbiana de um reservatório de petróleo candidato à injeção de CO2 e os possíveis efeitos da injeção deste gás sobre essa comunidade. O presente trabalho apresenta e discute os resultados obtidos do estudo realizado na fase pretérita à injeção de CO2, a partir das análises microbiológicas moleculares e de cultivo de amostras dos fluidos de produção de 3 poços do reservatório terrestre de Miranga (Bahia) e da água de injeção. Essas análises compreenderam o cultivo das amostras, em anaerobiose, em meios enriquecidos para a seleção dos grupos de bactérias redutoras de sulfato (BRS), redutoras de nitrato (BRN), redutoras de ferro (BRFe), metanogênicas e fermentadoras (Totais). A salinidade do meio foi 7% e os cultivos foram incubados à 60oC. Um experimento de microcosmo foi montado utilizando alíquotas destas culturas-estoque em novos cultivos, nos mesmos meios e condições, frente a uma atmosfera de 10% de CO2. Os cultivos foram acompanhados por 60 dias e monitorados por meio de análises microscópicas, testes bioquímicos, valores de pH e concentrações de CO2. A técnica de DGGE foi utilizada para uma análise comparativa da diversidade microbiana na condição de CO2 testada, isolando-se fragmentos do DNAr 16S (com a região V3 amplificada) das amostras dos fluidos e dos cultivos. Os perfis observados nos géis de DGGE indicaram que (a) os cultivos selecionaram alguns poucos grupos presentes, quando comparados aos perfis das amostras dos fluidos; (b) a adição de CO2 a 10%, no experimento de microcosmo, não alterou a microbiota presente nos cultivos enriquecidos para os grupos das BRS, BRN e Totais; (c) para as BRFe, em duas amostras (poço MG 376 e água de injeção), observou-se um favorecimento de grupos diferentes daqueles cultivados nas condições normais.